domingo, 4 de setembro de 2016

O dia em que desisti de dietas

Muito falei eu sobre isso. Muito ainda falo sobre isso. Muito penso sobre isso. 
Muito penso no meu excesso de peso desde sempre. Muito penso em "amanhã começo a comer melhor". Muito penso "amanhã começo a ser mais activa".
Tenho conhecimentos. Sou enfermeira e ensino os outros a comerem e a fazerem alguma actividade.
Tenho livros das mais badaladas nutricionistas da moda.
Leio artigos sobre nutrição.
Leio páginas e páginas sobre novas dietas e novas descobertas, investigações, etc.
Leio revistas dedicadas à actividade física.
Leio muito e sei tanto. Mas nada faço.
Como pouco durante o dia. Como desalmadamente à noite. Como fritos, doces e gorduras. Quanto mais penso em privar-me de comer, mais como. Quanto mais penso em ir fazer uma actividade física, mais tempo fico no sofá a ver o 24kitchen ou TravelChanel.
Muito me queixo. Muito quero mudar. Nada faço.
Todos os dias penso "tenho que aceitar aquilo que sou, gulosa e preguiçosa". A maioria dos dias gosto de mim. Acho-me bonita apesar da celulite e das gordurinhas. Mas tens dias que olho e penso quando é que vou atinar porque estou horrível.
Mas tenho andado a pensar nisto. Não na questão da auto-estima, porque até me tenho sentido bem. É mais naquela questão do estar sempre a pensar no mesmo e que realmente cansa. Não mata mas moí. 
Depois começo mesmo a acreditar que quanto mais penso nisso mais gorda fico. Eu sei que é ridículo, mas realmente se focarmos muito numa coisa que não queremos ela acaba por acontecer (sim ando a ler muito O Segredo XD). Mesmo a escrever isto estou a atrair a gulosice e a preguiça.
Portanto, hoje é dia de não desistir de mim, mas desistir das dietas e da conversa fiada sobre alimentação regrada e ser fit. Hoje é dia de ser feliz com o aquilo que sou. Ser feliz como sou é o melhor do mundo.

1 comentário:

  1. Parece-me bem. Cada vez estou mais convencida que o excesso de informação e de pensar faz mal à cabeça e acaba por ser um entrave. Às vezes é preciso simplificar e ouvirmos a nossa própria voz.

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