Por incrível que pareça, quando pensamos que certas alturas da nossa vida estão "mortas" e "enterradas", surge uma "piquena" coisa que nos faz "exumar" os tais "mortos".
Mas vou-me deixar de analogias e passar ao assunto. Esta semana encontrei uma pessoa que me adicionou no Facebook do tempo do meu 5º ano (do 5º ao 8º, mais precisamente). Fiquei surpreendida de como após 15 anos de estar longe daquela turma e nem ter ficado com contactos, esta minha antiga colega me encontrou e reconheceu-me e adicionou-me. Na boa, até gostei, nunca tive problemas com ela e falei com ela a dizer que tinha sido a única a ter nos meus contactos.
O que é certo é que ela disse-me que tinha mais pessoas da nossa turma da altura e para eu ver. E vi...e todas as pessoas que ela tem adicionado e que me indicou, mas TODAS mesmo, fizeram-me a vida negra na escola (uma espécie de bullying não diagnosticado). Então a minha cabeça paralisou no tempo...não no presente, no passado.
Começo a entender todo o meu estado atual de pessimismo, falta de autoestima, negativismo, falta de confiança, medos e tudo mais, vem daquela altura da escola e daquelas pessoas que todos os dias me faziam chorar só para se divertirem. Era horrível na altura porque me humilhavam por tudo e por nada, porque era usada, desprezavam (poucas vezes porque se me desprezassem sempre teria sido ótimo), porque era gorda, porque era feia, porque não usava roupas da moda, porque não ouvia musicas da moda (que os BackstreetBoys e os Bon Jovi se fo*am), porque não faltava as aulas com eles, porque estudava e tirava boas notas e era marrona, porque não estudava e tirava más notas e era burra, porque me sentava na mesa da frente era engraxadora da professora, porque me sentava atrás e tinha a mania, e tudo e tudo o que podem imaginar...aquela gente torturavam-me.
Pior é que eu tentei integrar-me na maldita crew. Sem resultado, era aí que era desprezada, completamente fora do contexto mas pelo menos tentei. E então foi num certo ano (concretamente nas férias entre o 7º e o 8º) que jurei a mim mesma que não ia nunca mais chorar a frente daquela gente e seja de quem for, e que bem me estava a lixar se não tinha amigos e se eles gozassem mas eu ia ser eu mesma quer os outros gostassem ou não. E metendo isto na cabeça no 8º ano comecei a fazer amigos e nos anos seguintes, esquecendo os estafermos que me infernizaram durante anos.
Até esta semana. Julho de 2013...fica marcado para a história como quando voltei a reencontrar os monstros do passado e fui estupida o suficiente para andar a pensar naquelas merdas. Mas também ficará marcado que passado é passado e agora só interessa é aquilo que estou a construir todos os dias para ser uma pessoa melhor.
Desculpem o testamento, mas precisava de desabafar, tenho andado um barril de pólvora e só com porcaria na cabeça, mas também isto é temporário e não merece o meu desatino.
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